Se você acha complicado ser negro, mulher ou gay, experimente ser velho(a). A ideia não é fazer um concurso e dar um troféu a quem sofrer mais, mas é preciso coragem e atitude para exibir rugas e demais sinais de uma vida iniciada há mais de seis década. Desrespeito, deboche e impaciência são constantes no cotidiano dos idosos. O mundo, especialmente o virtual, pode ser bem hostil. Quem frequenta as redes sociais sabe da enxurrada de insultos a pessoas de idade que se atrevem a expressar suas opiniões. Há sempre alguém desqualificando-as sob a acusação de senilidade. É comum que ilustres anônimos se sintam autorizados a chamar de senil, esclerosado, caduco pessoas com vasta folha de serviços prestados à sociedade. A experiência e competência, acumuladas ao longo de anos de trabalho e estudo, são depreciadas por quem considera sua juventude o único requisito para chancelar ideias. É impressionante a falta de cerimônia com que muitos mandam se calar pessoas que deveriam ser escutadas. A