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Mostrando postagens de março, 2017

Reflexões sobre o processo de envelhecimento

As atrizes Ana Lúcia Torre e Clarice Derzié falam sobre espiritualidade e morte. Comentário do Blog: Esta peça teatral esteve em cartaz em 2016, mas tanto este texto quanto a entrevista  cujo link está abaixo, é atual e vale ser lida e vista. Mais uma vez  trouxe posts com temas complementares: o de ontem e o de hoje. Digam-me  se agrada. Envelhecer é um desafio para muitas pessoas. A peça “À beira do abismo me cresceram asas”, assinada e dirigida pela atriz Maitê Proença , traz reflexões sobre esta fase da vida. Durante a passagem do espetáculo por Salvador, as atrizes Ana Lúcia Torre e Clarice Derzié receberam o Aprovado e contaram como lidam com as inquietações e os desafios desta fase. Atriz Ana Lúcia Torre afirma que envelhecer é não mudar os conceitos (Foto: TV Bahia) Ana Lúcia Torre afirma que, para ela, a velhice está relacionada à mente. “Envelhecer é quando você envelhece a cabeça, os teus conceitos, quando você para achando que já aprendeu tudo, ou quando você abre mão d

Reinventar-se para viver melhor, é preciso...

Vivemos mais, temos que reinventar a vida Comentário do Blog: O artigo é de Ruth Manus que assim se apresenta em sua página www.facebook.com/blogruthmanus/ "Ruth Manus é advogada e professora universitária. Lê Drummond, ouve pagode, ama chuchu com bacon e salas de embarque. Dá risada falando de coisa séria. Não perde um jogo do XV de Piracicaba contra Penapolense por nada. Sofre de incontinência verbal, tem medo de vaca e de olheiras, que nem todo mundo." Ruth, também é colunista da Folha. É do Blog no Estadão que retirei este artigo. O cenário é mais ou menos esse: amigo formado em comércio exterior que resolveu largar tudo para trabalhar num hostel em Morro de São Paulo, amigo com cargo fantástico em empresa multinacional que resolveu pedir as contas porque descobriu que só quer fazer hamburger, amiga advogada que jogou escritório, carrão e namoro longo pro alto para voltar a ser estudante, solteira e andar de metrô fora do Brasil, amiga executiva de um grande grupo de emp

Empoderar a las personas mayores: ¿por qué?

Comentário do Blog: este artigo foi escrito por Lucia Pardo, psicóloga e psicogerontólog a, no seu Blog  "Sumando Ca nas" em  Madri a 9 de junho de 2016. Lucia faz sua apresentação:  Me llamo Lucía Pardo, soy psicóloga y psicogerontóloga. He creado el blog "Sumando canas, sumando experiencias" con el objetivo de tener un lugar donde compartir y crear ideas en torno a mi vocación.  Hace unos días escuché algo que me invitó a escribir esta entrada en el blog. La que hablaba era una mujer, de unos 75 años aproximadamente, y decía: "mis hijos quieren decidir por mí; como ven que tengo algún despiste, dicen que lo mejor es que me vaya para una residencia; dicen que es por mi bien, pero yo estoy bien y no quiero irme a una residencia".   Aunque parece una anécdota, realmente situaciones como esta están a la orden del día. Lo hacemos "por su bien", pero sin contar con su opinión. ¿Será por su bien, o por el nuestro? En ocasiones, bajo una concepción ne

Velhice: potência de vida ou sinônimo de “lixo social”?

Ruth Lopes fala sobre o envelhecimento que contempla a diversidade e a singularidade. Associar a idade avançada à decrepitude e à inutilidade é uma forma de patologizar a velhice. Em vez disso, é preciso garantir a satisfação das necessidades essenciais para a aceitação de novos sujeitos velhos. O que é ser velho – pergunta a Professora Ruth Gelehrter Da Costa Lopes O que é a velhice? Quase sempre essa ideia vem acompanhada de palavras nada gentis: decadência, inutilidade, dependência… O envelhecimento traz sim algum declínio em relação ao corpo jovem e sofre também preconceito social. No entanto, o aumento da longevidade tem mostrado que a velhice não é a idade da decadência, ela tem ainda muita potência e que os idosos não são indesejáveis, eles desejam. E que envelhecer pode ser uma grande novidade. Hoje são infinitas as formas de se envelhecer e os estereótipos da velhice já não funcionam mais. Precisamos agora inventar outras formas de amparar essa nova velhice… É o que nos conta

Todos seremos gerontólogos, a profissão do futuro

Os jovens continuam escolhendo suas carreiras como no século XIX e ignoram a megatendência do envelhecimento populacional Por Jorge Felix*,  economista da Longevidade Desligo o telefone consciente de que meu amigo precisava de mais algumas palavras. Não é fácil perder a mãe. Mais ainda estar diante do desafio de elaborar a Diretiva Antecipada de Vontade (ou Testamento Vital) do pai de 98 anos. No entanto, os compromissos do cotidiano me empurravam para o próximo compromisso do dia: um café com uma amiga que acabara de retornar da Alemanha, depois de quatro anos. Precisava conversar comigo, reencontrar e atualizar as conversas. Na portaria do prédio, cruzo com o síndico que estava sumido desde o natal. Ele revela o motivo. Sua mãe, de 91 anos, estava internada em um hospital, em Santos, onde ele permaneceu até ela receber alta após mais de 30 dias de UTI. Minutos depois, chego ao café e, para minha surpresa, o retorno de minha amiga ao Brasil deveu-se, principalmente, à mãe, de 80 anos.

Um caso de amor com a vida - Rubem Alves

O amor é a vida acontecendo no momento: sem passado, sem futuro, presente puro, eternidade numa bolha de sabão. O tempo se mede com batidas. Pode ser medido com as batidas de um relógio ou pode ser medido com as batidas do coração. Os gregos, mais sensíveis do que nós, tinham duas palavras diferentes para indicar esses dois tempos. Ao tempo que se mede com as batidas do relógio – embora eles não tivessem relógios como os nossos – eles davam o nome de chronos. Daí a palavra “cronômetro”. O pêndulo do relógio oscila numa absoluta indiferença à vida. Com suas batidas vai dividindo o tempo em pedaços iguais: horas, minutos, segundos. A cada quarto de hora soa o mesmo carrilhão, indiferente à vida e à morte, ao riso e ao choro. Agora os cronômetros partem o tempo em fatias ainda menores, que o corpo é incapaz de perceber. Centésimos de segundo: que posso sentir num centésimo de segundo? Que posso viver num centésimo de segundo? Diz Ricardo Reis, no seu poema “Mestre, são plácidas” (que todo