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Idadismo: Educar é preciso

Já ouviu falar em idadismo? Também conhecido como ageísmo ou etarismo, trata-se do muito comum, mas pouco debatido, preconceito pela idade. E, se você quer saber mais sobre essa forma de discriminação e como vencê-la, assista aqui o debate especial na live de lançamento do livro em 2020: ‘Idadismo, um mal universal pouco percebido" por Egídio Dórea. Dórea é coordenador da USP 60+, maior programa de Universidade Aberta para a terceira idade do Brasil.

A iniciativa é uma realização conjunta das redes @aging2.0sp, @ativenbrasil e USP 60+, em parceria com a Unibes Cultural. Sandra Regina Gomes, coordenadora de políticas públicas para a pessoa idosa da prefeitura da Cidade de São Paulo, também participa do encontro.

É importante lembrar que  em  18 de março d e 2021a Organização das Nações Unidas (ONU) lançou um importante relatório divulgado nesta quinta-feira (18)  aponta que, a cada duas pessoas no mundo, uma tem preconceito com pessoas mais velhas. O documento, elaborado por várias agências da ONU e encabeçado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), traz ainda recomendações aos governos para que adotem medidas jurídicas e sociais para combater o ageísmo, ou “idadismo”.

"Falamos de idadismo quando a idade é utilizada para categorizar e dividir as pessoas de forma a que eles sofram preconceitos e injustiças", explica o relatório, lamentando que esse tipo de preconceito "reduz a solidariedade entre gerações". De acordo com o estudo, o preconceito geralmente vem de pessoas mais jovens, em sua maioria homens. O objetivo da ONU é lançar uma campanha mundial de conscientização contra a discriminação etária. 

Veja o quê está publicado aqui no Blog:

https://www.vivaavelhice.com/2021/03/conversando-sobre-idadismo-sugestoes.html

https://www.vivaavelhice.com/2021/03/idadismo-e-um-desafio-global-onu.html

https://www.vivaavelhice.com/2021/03/informe-mundial-sobre-idadismo-resumo.html

Rodrigo de Sena e Silva Vieira em sua Tese de doutorado "Idadismo: a influência de subtipos nas atitudes sobre os idosos" apresenta assim o seu trabalho:

"Idadismo diz respeito a processos sistemáticos de preconceito e discriminação contra idosos. Trata-se de um tema ainda pouco estudado, tanto no Brasil quanto no exterior, embora suas consequências possam ser claramente verificadas em instâncias como a individual, a institucional e a societal. Explicações de diferentes níveis são atribuídas ao fenômeno, como perspectivas individuais que associam os idosos à mortalidade do ser humano ou transformações socioculturais que lhes resultaram em baixo status.  Ressalta-se que a maior parte dos atuais estudos sobre idadismo tem considerado uma figura genérica do idoso em detrimento da heterogeneidade deste grupo. Este trabalho parte de perspectivas sobre a categorização social para propor que idosos são mais bem representados através de subtipos, categorias subordinadas que carregam maior quantidade de informação, sejam elas consonantes ou dissonantes do estereótipo geral. Com base no modelo do conteúdo dos estereótipos, defende-se a tese de que os tipos de idoso considerados menos competentes estão mais próximos do estereótipo geral e sofrem mais preconceito; de maneira compatível, aqueles considerados mais competentes funcionam como exceções à regra e sofrem menos preconceito. Propõe-se também que contextos de aproximação fazem com que idosos sejam avaliados como mais sociáveis, sem impactos específicos na atribuição de competência, o que não aumenta seus status sociais; e que contextos de competição fazem com que o grupo seja visto como menos competente, sem variações significativas na sociabilidade, o que forma bases para avaliações negativas. Dois estudos empíricos realizados com estudantes universitários vão ao encontro dessas hipóteses, relevando também a influência da variável gênero, seja dos idosos ou dos respondentes. Palavras-chave: preconceito, discriminação, idosos, idadismo, ageísmo, subtipos." https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/28506/3/Tese_Vieira_JAN19.pdf



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