Pular para o conteúdo principal

Dançar, dançar... basta querer, é só começar!

Senhoras se destacam em BH com dança flamenca

Há mais de nove anos e com cerca de 18 coreografias, senhoras entre 50 e 79 anos participam do grupo de dança flamenca em Belo Horizonte (MG),  Elas têm ensaios semanais e afirmam estar de bem com a vida.

Comentário do Blog:  "A dança é uma das expressões artísticas mais antigas. Na pré-história dançava-se pela vida, pela sobrevivência, o homem evoluiu e a dança obteve características sagradas, os gestos eram místicos e acompanhavam rituais. A dança contemporânea é uma explosão de movimentos e criações, o bailarino escreve no tempo e no espaço conforme surgem e ressurgem ideias e emoções. A dança contemporânea não possui uma técnica única estabelecida, todos os tipos de pessoas podem praticá-la." *   Vejamos quem é quem das bailarinas flamencas.

Maria de Lourdes Moreira Gouveia, 79 anos; Nilza Campanaro da Rosa, 78 anos; Joice Favarini Fernandes, 75 anos; Clélia Moreira Pinto, 72 anos; Ernestina Lívia Drumond, 73 anos; Merle Gualberto Borges, 66 anos; Zara Veloso, 65 anos; Maria Antonieta, 61 anos; Wânia Lucia Divino,61 anos; Norma Rodrigues de Almeida, 65 anos; Marina Fernandes Camargos, 59 anos.

Todas essas mulheres e mais 25 outras têm uma coisa em comum: elas fazem parte de um grupo de dança Flamenca que realiza diversos espetáculos em Belo Horizonte (MG).  

Ao longo de nove anos, já se apresentaram em diversos pontos como o Mercado Central, Minascentro e o Teatro da Maçonaria, em Belo Horizonte e em cidades como Lagoa Santa, por exemplo. Este grupo já conta com 18 coreografias. Outros shows estão agendados para os dias 28 e 30 de novembro, espaços a serem definidos. Toda a coreografia é montada em parceria com a professora e bailarina Bela Lira, que  acompanha o grupo desde o início.

Dança adaptada para a terceira idade - Os ensaios acontecem todas às quartas-feiras, de 14h às 15h40, na sede da Faculdade Estácio de Sá. Bela Lira, a professora,  explica que o Flamenco é uma dança singular e não é fácil, pois requer além do estudo do ritmo e de seus passos, um conhecimento do próprio corpo. Ela comenta ainda que o trabalho para essas mulheres é desenvolvido levando em conta a idade e as condições físicas de cada uma.

De acordo com Bela, o Flamenco requer da bailarina passos fortes por causa do sapateado, por exemplo.  Nesse sentido, a coreografia para este grupo foi adaptada para que todas consigam dançar, dentro de suas limitações. “Não usamos o tablado, por isso, atuamos com marcações dos pés e muitos movimentos dos braços. Trabalhamos muito alongamento, exercícios para amolecer as articulações e o quadril. O resultado é surpreendente já que todas conseguem assimilar os passos e ficam muito harmoniosas no palco”, conta.

A bailarina destaca ainda sobre os benefícios da dança que, além de ser uma terapia, trata-se de um exercício físico que trabalha autoestima, fortalecimento, flexibilidade e coordenação. Os resultados já são sentidos de forma natural entre suas alunas.

Disponibilidade para ensaiar - O grupo tem cerca de 20 mulheres assíduas e com diversas histórias e problemas de saúde. Mas elas encontraram na dança uma maneira de envelhecerem com saúde e, principalmente, com uma vida alegre e divertida!

É o caso de Maria de Lourdes que, após ficar viúva procurou na dança sua terapia. Aos 74 anos praticava dança do ventre e há três anos é uma das alunas do Flamenco. Para ela, a vida ganhou mais sentido e a atividade a ajudou a melhorar as dores geradas pela artrose e artrite.

Também é o caso de Zara Veloso que optou pela dança após a perda de sua mãe de 101 anos. Zara era quem cuidava dela e sentiu-se muito sozinha com o seu falecimento. A dança veio há um ano como terapia e aumentou também sua autoestima. Com uma saúde de dar inveja, ela conta que sua vaidade aumentou, pois para cada dia de aula ela se arruma, sempre se preocupando em escolher a melhor roupa. “Sem contar que dançar ajuda a evitar a depressão e aumenta a longevidade”, reflete.

Assim como Zara, Norma Rodrigues,sempre cuidou de sua mãe e de uma tia. Além disso, trabalhava na Secretaria de Zoonose de Belo Horizonte quando se acidentou inalando um remédio tóxico para combater a dengue. Teve então que se cuidar dessa intoxicação e de uma epicondilite.  A vida sobrecarregada, a baixa autoestima e os problemas de saúde não a atrapalharam de fazer o que mais gosta: dançar.

Merle Gualberto Borges, teve depressão e tomava diversos remédios. Além disso, tem hipertensão, diabetes e artrose. Ela chegou ao grupo indicada por uma amiga e hoje, após quatro anos, já não usa mais antidepressivos, a diabetes está 97% controlada e se curou de um câncer de intestino há mais de um ano.

Wânia Lucia Divino, há 33 anos possui três próteses: duas no fêmur e uma no joelho - isso devido a um reumatismo que teve aos quatro anos de idade. Ela tornou-se atriz e investiu na dança. Segundo Vânia, se não fossem as atividades físicas talvez não estaria andando. Ela participa do grupo há 8 anos. 

Para Ernestina Lívia Drumond, as dores geradas pelo reumatismo, osteoporose lombalgia também melhoraram. Está há mais de nove anos no grupo e sua vida mudou completamente.

A distância não é problema para Joice Favarini que se desloca de São José da Lapa para dançar. No total são três conduções para ir e voltar do curso. São nove anos nesse bate e volta com a felicidade estampada no rosto e muita energia.

Marina Fernandes Camargos, chegou à turma com 48 anos e a idade mínima de ingresso era de 50 anos. Ela acompanhava sua tia aos ensaios e se apaixonou pela dança. Mesmo “burlando” a regra e com a desculpa de ficar com a tia, ela começou a participar ativamente. Hoje aos 59 anos, também é adepta à musculação e pilates. Sua saúde é excelente!

Maria Antonieta, mais conhecida como Tuca, está há mais de sete anos na equipe. Segundo ela, por meio da dança, nasceram muitas amizades e companheirismo. “Nessa idade quem fica sozinha tem depressão”, conta.

Dança Flamenca com a Prof. Bela Lyra, apresentanda em frente ao Minas Centro, Belo Horizonte, no Dia Mundial do AVC.
www.arte.seed.pr.gov.br   Fonte: http://www.portaldoenvelhecimento.com/    Escrito por  Redação Portal.  Renata Savador       Imagem: elcajonflamenco.blogspot.com

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Dente-de-Leão e o Viva a Velhice

  A belíssima lenda do  dente-de leão e seus significados Segundo uma lenda irlandesa, o dente-de-leão é a morada das fadas, uma vez que elas eram livres para se movimentarem nos prados. Quando a Terra era habitada por gnomos, elfos e fadas, essas criaturas viviam livremente na natureza. A chegada do homem os forçou a se refugiar na floresta. Mas   as fadas   tinham roupas muito chamativas para conseguirem se camuflar em seus arredores. Por esta razão, elas foram forçadas a se tornarem dentes-de-leão. Comentário do Blog: A beleza  do dente-de-leão está na sua simplicidade. No convívio perene com a natureza, no quase mistério sutil e mágico da sua multiplicação. Por isso e por muito mais  é que elegi o dente-de-leão  como símbolo ou marca do Viva a Velhice. Imagem  Ervanária Palmeira   O dente-de-leão é uma planta perene, típica dos climas temperados, que espontaneamente cresce praticamente em todo o lugar: na beira de estrada, à beira de campos de cultivo, prados, planícies, colinas e

‘Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras’ – Manoel de Barros

  Dirigido pelo cineasta vencedor do Oscar, Laurent Witz, ‘Cogs’ conta a história de um mundo construído em um sistema mecanizado que favorece apenas alguns. Segue dois personagens cujas vidas parecem predeterminadas por este sistema e as circunstâncias em que nasceram. O filme foi feito para o lançamento internacional da AIME, uma organização de caridade em missão para criar um mundo mais justo, criando igualdade no sistema educacional. O curta-animação ‘Cogs’ conta a história de dois meninos que se encontram, literalmente, em faixas separadas e pré-determinadas em suas vidas, e o drama depende do esforço para libertar-se dessas limitações impostas. “Andar sobre trilhos pode ser bom ou mau. Quando uma economia anda sobre trilhos parece que é bom. Quando os seres humanos andam sobre trilhos é mau sinal, é sinal de desumanização, de que a decisão transitou do homem para a engrenagem que construiu. Este cenário distópico assombra a literatura e o cinema ocidentais. Que fazer?  A resp

Boas notícias para pessoas sedentárias

Depois dos 50, também é possível entrar em forma. Um estudo garante que a atividade física, mesmo após meio século de idade, seja um bom investimento para a aposentadoria 31% da população que se declara abertamente sedentária (de acordo com o estudo The World Burden of Diseases, publicado na  revista The Lancet)  e que, em meados dos anos 50, não pratica  exercícios físicos,  terá interesse em saber que, segundo  novas pesquisas,  Ainda é hora de evitar a degeneração muscular e óssea que pode fazer de você um homem velho antes do tempo. O estudo, realizado em conjunto por 5 universidades, comparou a função muscular, a densidade mineral óssea (a quantidade de cálcio e outros minerais presentes em uma área do osso) e a composição corporal de idosos que praticaram esportes em todo o mundo. sua idade adulta com aqueles que começaram tarde, especificamente após 50 anos. O objetivo era determinar se o fato de ter começado a treinar tão tarde impede atingir o nível de desempenho atlético e as

Saber ouvir 2 - Escutatória Rubem Alves

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade: A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...   E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor. N

Poesia

De Mario Quintana.... mulheres. Aos 3 anos: Ela olha pra si mesma e vê uma rainha. Aos 8 anos: Ela olha para si e vê Cinderela.   Aos 15 anos: Ela olha e vê uma freira horrorosa.   Aos 20 anos: Ela olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, muito encaracolado, decide sair mas, vai sofrendo.   Aos 30 anos: Ela olha pra si mesma e vê muito gorda, muito magra, muito alta, muitobaixa, muito liso muito encaracolado, mas decide que agora não tem tempo pra consertar então vai sair assim mesmo.   Aos 40 anos: Ela se olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, muito encaracolado, mas diz: pelo menos eu sou uma boa pessoa e sai mesmo assim.   Aos 50 anos: Ela olha pra si mesma e se vê como é. Sai e vai pra onde ela bem entender.   Aos 60 anos: Ela se olha e lembra de todas as pessoas que não podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo.   Aos 70 anos: Ela olha para si e vê sabedoria, ri