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Em Dia Mundial, ONU e UFRP destacam a população idosa

 Violência, abuso e negligência de pessoas na terceira idade foram colocados em foco durante crise global de saúde; entre 2019 e 2030, o número de cidadãos com 60 anos ou mais deve crescer 38%, passando de 1 bilhão para 1,4 bilhão. 

As Nações Unidas marcam este 15 de junho o Dia Mundial de Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa destacando o impacto da pandemia de Covid-19 sobre o grupo.  

Em comunicado, a especialista independente no gozo de todos os direitos humanos das pessoas idosas*, Claudia Mahler, afirmou que a violência, o abuso e a negligência a esta faixa etária foram colocados em foco durante a pandemia.  

Direitos humanos  - Ela lembrou relatos em diferentes partes do mundo que mostraram abandono, isolamento e falta de serviços adequados, incluindo serviços de saúde, sociais e jurídicos. 

O confinamento social também elevou a violência de gênero e maiores riscos de violência, abuso e negligência. Apesar do alarme, o tema recebeu pouca atenção. 

A especialista destaca “práticas perturbadoras”, como casas de repouso ficando imunes a processos por mortes relacionadas à Covid-19. Outros estabelecimentos criaram cláusulas contratuais se isentando de qualquer responsabilização por abusos ou maus tratos. 

Acesso  - Mahler lembra que “o acesso à justiça abrange o direito a um julgamento justo, igualdade perante os tribunais e o direito de buscar e obter reparação justa e oportuna para violações de direitos humanos.” 

Segundo ela, “atitudes preconceituosas impedem ainda mais os idosos de reivindicar seus direitos e minam sua autonomia para fazer suas próprias escolhas e tomar decisões.” 

A especialista exorta os Estados-membros a adotarem um instrumento internacional de direitos humanos sobre o tema, bem como legislação e medidas nacionais.  

Segundo ela, esses documentos devem incluir a prestação de assistência jurídica, serviços de apoio, mecanismos de reclamações legais, redução ou isenção de taxas de litígio e melhor acessibilidade. 

Riscos  - Os idosos correm um risco significativamente maior de mortalidade e doenças graves após a infecção por Covid-19, com aqueles com mais de 80 anos morrendo a uma taxa cinco vezes maior. 

Antes da pandemia metade das pessoas nessa faixa etária já não tinha acesso a serviços essenciais de saúde, em alguns países em desenvolvimento. 

No ano passado, o secretário-geral da ONU, António Guterres, lançou um relatório detalhando o impacto da Covid-19 em idosos. Na altura, ele afirmou que “nenhuma pessoa, jovem ou velha, é dispensável.” 

Dignidade Para Guterres, "os idosos têm os mesmos direitos à vida e à saúde que todos os outros." Ele disse ainda que “decisões difíceis sobre cuidados médicos devem respeitar os direitos humanos e a dignidade de todos." 

Entre 2019 e 2030, o número de pessoas com 60 anos ou mais deve crescer 38%, passando de 1 bilhão para 1,4 bilhão.  

Nessa altura, o número de idosos irá superar o número de jovens em todo o mundo. Esse aumento será maior e mais rápido nos países em desenvolvimento. 

O abuso de pessoas na terceira idade é um problema que existe tanto nos países em desenvolvimento como nos países desenvolvidos, mas muitas vezes não é reportado. 

*Os relatores de direitos humanos são independentes das Nações Unidas e não recebem pagamento pelo seu trabalho. Fonte: https://draft.blogger.com/

Hoje, a Universidade Rural de Pernambuco/ UFRP faz do lançamento dessa campanha um evento importante a favor da vida, do respeito ao ser humano. "Envelhecência, assim como a adolescencia, é um período de transição na vida". A velhice é uma etapa e não uma doença!
Parabéns ao Prof. Marcelo -reitor da universidade, ao NEVI e toda equipe da UFRPE por estarem a frente dessa iniciativa que reflete o compromisso, respeito e a luta por uma sociedade menos preconceituosa, inclusiva e solidária!



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